A recente mudança na política de preços da Salesforce , agora baseada em "Flex Credits" atrelados ao uso e ao sucesso real dos clientes, não é um movimento isolado. Ela representa uma virada mais profunda na forma como o setor de tecnologia precifica valor.
Estamos entrando numa era onde a inteligência artificial não só altera a entrega, mas redefine a lógica de cobrança. E quem continuar preso ao modelo de licenças fixas corre o risco de travar o próprio crescimento.
IA: do hype ao custo real
A IA generativa deixou de ser apenas uma promessa futurista ou um diferencial competitivo. Hoje, ela está no centro da entrega de valor de muitas empresas — seja em atendimento, recomendação, análise ou automação. Só que esse novo poder traz junto um novo custo: mais infraestrutura, mais especialistas, mais governança, mais risco.
E aí entra o dilema: como continuar cobrando um valor fixo quando o custo real de entrega varia radicalmente de cliente para cliente?
A resposta é: não dá.
Empresas como a Salesforce entenderam isso. O modelo de "Flex Credits" é uma tentativa de alinhar precificação ao valor efetivamente entregue, não mais ao número de licenças vendidas.
Da licença ao valor real
O que estamos vendo, na prática, é o colapso do modelo SaaS tradicional, aquele baseado em pacotes fechados, cobrança por usuários e escopo rígido. A realidade é mais fluida, mais contextual e mais exigente.
O cliente quer pagar pelo que usa, quando usa, e de forma proporcional ao impacto gerado.
Nesse novo modelo, o preço é função direta da ação: consultas feitas por um agente de IA, relatórios gerados, análises processadas. O custo real de mover dados, treinar modelos e entregar resultados entra, finalmente, na conta.
Software como ecossistema
Essa mudança de mentalidade acompanha outro movimento que temos visto crescer: a migração do software como serviço (SaaS) para o software como plataforma e ecossistema.
Na Lerian, acreditamos que o futuro está em stacks modulares, open source e made-to-scale , que se adaptam ao contexto de cada cliente e crescem sem surpresas. Foi por isso que criamos o Midaz, nosso core open source: para oferecer infraestrutura com liberdade, controle e previsibilidade.
Num cenário onde a IA exige cada vez mais capacidade de resposta e menos rigidez, não faz mais sentido cobrar por conta, usuário ou pacote fechado. Isso assume que todos os usuários se comportam da mesma forma, o que nunca foi verdade, e agora se torna insustentável.
O que muda para as empresas?
O próximo passo não é apenas rever contratos. É repensar a arquitetura dos sistemas, a governança dos dados e, principalmente, a liberdade de evoluir com velocidade. Empresas que não forem capazes de alinhar preço ao valor real entregue — ao cliente direto e ao usuário final — ficarão para trás.
O sucesso, no fim das contas, não está no quanto se paga, mas no quanto se consegue construir a partir do que se paga.
E aí, sua stack está pronta para o próximo ciclo?
Na Lerian, ajudamos empresas a construir infraestrutura financeira com liberdade, modularidade e transparência, para que cada cliente cresça no seu ritmo, com o que realmente importa: controle e impacto.
Freedom at the core.
#letsledgertogether